A.N.Ú.N.C.I.O
Precisa-se de poeta.
É de extrema importância que saiba olhar para o céu e entender que o dia nasce porque as aves começam a tarefa de cantar.
É preciso que saiba ler a alegria das crianças e a honestidade com a qual elas enfrentam a vida.
É interessante que tenha experiência em desastres financeiros e amorosos. E, com isso, larga experiência em recomeços.
Precisa-se de poeta
Que ouça e reconheça infinitos tons de bom dia
Que saiba como agradecer uma tarde que passa
E que, mesmo mergulhado em grandes tristezas, não deixe de reparar quando o véu da noite cai sobre as nossas casas.
Precisa-se de poeta
Para embalar o sono daqueles que sonham
Para fazer as preces daqueles que amam
Para celebrar toda sorte de lindas bodas
É importante que ele saiba o que o tempo faz com a pele e com os cabelos.
É importante que o poeta esteja sempre querendo alguma coisa:
Pegar um tem, dar um abraço, tomar um café.
Ao contrário do que se pode pensar - um poeta não para.
Seus olhos estão sempre a procura do extraordinário.
Precisa-se de poetas - muitos poetas - que ajudem a ver a vida começar e findar nos hospitais e noutras plataformas de chegada e partida.
Precisa-se de poetas nas praças, para testemunhar o nascimento e a morte de alguns amores.
Precisa-se de poetas às mesas dos restaurantes e das casas, para que eles exultem diante dos pequenos diálogos e das grandes promessas.
Precisa-se de poetas para ver a chegada da primavera, o barulho de chuva no telhado, os pássaros voando e fazendo festa.
Precisa-se de poetas, e isso é muito importante, que prestem atenção nas flores, na delicadeza com que elas estão no caminho.
Precisa-se de poetas que vejam o mundo explodir de beleza ao seu redor.
Precisa-se de poetas quando tudo parece perdido e sem sentido.
É urgente.
PRECISA-SE DE POETAS!
(De Sibéria de Menezes Carvalho)
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