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Mostrando postagens de maio, 2014

POR UM ROÇADO DE LIVROS

(A propósito do jovem que plantou um roçado de feijão para pagar os livros do 1º ano do ensino médio) Por Sibéria de Menezes Carvalho O sol é quente, escaldante – a luta é dura A vida, uma promessa aberta. Planto esperanças e feijões Os dois eu cultivo no calor do sol e da fé Professava na enxada o cuidado dos números, do seu futuro. Na lavoura da vida vai o lavrador             lançando sementes de aprendizado             de onde colhe, além de feijões, a própria vida. Na infância quase distante             lavrou o que chama de um roçado de feijão             plantou, para mim, para ti e para si, uma tarefa de livros                         que, ainda hoje e a infinito, brotarão.

OS LOUCOS E SEUS MOINHOS DE VENTO

(Sibéria de Menezes Carvalho) Empunhando uma lança imaginária, em cima de um cavalo imaginário, em defesa de uma donzela imaginária, contra moinhos de vento imaginários, o louco é repleto de paixão, idealismo e força. Ele não sente o sol arder nem o ridículo. Todos carregam um Quixote nas entranhas, um apaixonado por uma causa. O louco é aquela fatia de nós que acredita em dragões no lugar de moinhos de vento. Nosso Quixote é a nossa criança, cuja peleja consiste em manter-se insubordinado ante as convenções dos homens e das vontades (alheias). Ora, nosso Quixote é insubordinado, malvado mesmo. Um cavaleiro sem ouvido comum. Lá vai ele, empunhando a lança e o peito em busca de um ideal, de um propósito nobre. Agora, quem garante o que é real e o que é imaginário? Quem nasce primeiro? O que é primitivo? O que é derivado? Nasce primeiro o cavaleiro errante e sua força ou o homem prestes a sucumbir no seu pré-leito de morte? Nascem primeiro as Dorotéias, os Rocinantes e os Sanchos