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Mostrando postagens de agosto, 2015

UM NÃO-SONETO PARA BILAC

Sibéria de Menezes Os astros me avisaram Estrelas cortaram velozes o negrume do céu Na esperança que eu as pudesse ouvir Mas há muito não as ouço, Bilac Há muito tenho deixado descansar meu ouvido de ouvir estrelas Os astros me avisaram Que minhas certezas beiravam o abismo No entanto, de poetas e astros se faz um mundo, não o entendimento De vaga em vaga, cai meu coração atônito e estúpido Sem compreender o sentido de tudo o que o cerca Sem achar os decassílabos que lhe tragam alguma paz. O céu rompeu em chuvas de meteoros Perdi de ver Saturno com seus anéis Não acompanhei a dança dos cometas, por te observar. Enquanto te contemplava astro-rei, semideus trajado de sol Caí de uma altura de mil penhascos Os astros me avisaram E eles não mentem, jamais A seiva de sentimentos agoniza sob Júpiter e Netuno Cavando, sem piedade, um buraco negro No mais obtuso planeta dos mundos: o coração.