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Mostrando postagens de março, 2010

Borboletas?

As Borboletas, quem as desenhou tão belas? Quem pôs motor em suas asas para que voassem nuvens adentro sem nenhuma preocupação com o que venha a ser a filosofia, os homens e as palavras? Quem sabe não guardam em segredo todas as preocupações e perguntas do mundo, que só poderiam caber mesmo na envergadura de suas estranhas e tatuadas asas a bater e voar para distâncias extravagantes? Na sua inconfundível grandeza como conseguem ser delicadas e tão pequenas? Dias desses tive uma estranha alegria que só um nascimento poderia causar. Vi, com meu filho, uma Borboleta a se livrar breve e grave do casulo que não era mais ela mesma. Agora casulo era uma coisa, Borboleta outra, embora não soubessem antes o que era a vida de um sem tomar a vida do outro. Apartaram-se, não eram mais um. Havia borboleta dentro daquela casa? Haveria algo que não fosse borboleta antes daquilo? Onde está o relógio que diz que é hora de bater as asas e voar e ser borboleta? Foi uma epifania. Um presente. Uma poesia.

DEVANEIOS E POLIVERDADES

Não há verdade única morando dentro dos prismas do que existe, pois existir é ser múltiplo, o que quer que exista: de um dinossauro a uma flor no nosso jardim. O que olhamos não se deixa empobrecer pela unicidade que tentamos imprimir àquilo que vemos. Por felicidade e pela mão divina que trazemos em nós nada será único, de um lado só, porque tudo carece o outro lado, a simetria perfeita ou imperfeita haverá de nos mostrar o lado feminino no homem, o lado arrebatador das enchentes e marés. De momentos de pura inspiração e de sintonia com tudo o que existe extrairemos dos extremos o caminho do meio, aquilo que não se define como dentro ou fora, claro ou escuro, bem ou mal; ao contrário do que imaginamos não procuramos a definição deste ou daquele lado, mas procuramos o que não temos palavras para definir, procuramos o que está entre, na travessia, como observou Guimarães Rosa. É no caminho do meio, na travessia que escrevi(o) estas palavras, na busca de evitar as classificações exatas,

RESULTADO DO PRÊMIO SESC DE LITERATURA 2009

RESULTADO DO PRÊMIO SESC DE LITERATURA 2009 >> DESTAQUE Novos talentos revelados A graça, a leveza e o bom humor de um papagaio erudito e irônico foram os principais e criativos recursos narrativos de Gabriela Guimarães Gazzinelli, de Minas Gerais, para obter o Prêmio SESC de Literatura 2010 na categoria romance. A jovem de 28 anos, com formação em Letras e Filosofia, foi escolhida pela comissão final do concurso, com Prosa de papagaio, dentre 44 romances pré-selecionados pelas subcomissões julgadoras. A comissão final foi formada pelos escritores Ana Miranda e Luiz Ruffato: "O romance mantém o fio narrativo, apresentando uma trama linear, porém com liberdade temática, que se passa no seio de uma família construída dentro de características contemporâneas", afirmam os jurados, no parecer que anuncia o vencedor. A categoria contos teve como vencedor Sérgio Tavares, de Niterói, Rio de Janeiro. Abordando a imbricação entre loucura e sexo em quatro longos contos, o jornalis