Tive um poema selecionado para publicação nessa mostra. Motivo de felicidade!
LUME, CANDEIA
Eu adotei uma estrela no céu.
Em decúbito lateral esquerdo, a vejo.
Ela cintila,
e já não estou sozinha.
A luz apagada do meu quarto
permite que eu a veja brilhar no céu de escuridão.
Nalgumas noites,
a chuva não me deixa vê-la:
durmo com o barulho da chuva
e todo o seu alarde de trovões e relâmpagos e raios.
A chuva é linda
mas não sabe fazer silêncio.
Espero pela noite seguinte.
O intervalo de um dia nos separa.
A noite se deita -
feminina
e nos longos cabelos negros
traz a minha estrela
que se insinua,
distante.
Seu brilho permite-lhe um majestoso silêncio
de quem nada precisa dizer.
Em silêncio está o céu
sem chuva
cheio de astros que vemos
e mais cheio ainda dos que nós não vemos.
Abro os olhos
contemplo aquela, cuja constelação não me interessa.
Estamos separados por anos-luz de distância
no entanto, meus olhos a ela chegam,
a ela buscam,
nela se alegram,
porque
para mim,
basta
que brilhe a sua luz.
Sibéria de Menezes Carvalho
Comentários
Postar um comentário