Meu coração religiosamente sincrético passeia na
lacuna que
há entre o céu e a terra,
entre o
mar e o sertão
Meu coração árcade-barroco-parnasiano
entre a loucura e a razão,
carrega um amor nascido
da distância entre o corpo
e o espírito.
Vaga no espaço-tempo do
aqui-lá.
Repousa no equilíbrio que habita
intercessões de
desertos e mares.
Meu coração acolhe ao que há entre o tudo e o nada.
Meus pés sobre o chão, eqüidistantes, equilibram-me:
um lá,
outro aqui
lado a
lado
extremos
paralelos.
Inculto e ermo, vaga meu coração entre estrelas e
satélites:
vácuo e imensidão.
Sibéria de Menezes
Título alusivo ao poema Autopsicografia, de Fernando Pessoa.
Comentários
Postar um comentário