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Detonando em 3, 2, 1...

Por Sibéria de Menezes


Explosão é multiplicação, é divisão. Explodir é extremamente necessário e vital. Dizem que o mundo, este mundo, nasceu de uma explosão. E o que somos nós, senão uma explosão ambulante?
É preciso arranjar uma forma de explodir – de amor, de ódio, de tesão, de ternura, de revolta, de literatura. Explodir é não caber mais em si, é não se rodear pelas mesmas margens e definir um novo contorno, borrado ainda pela “imatureza”.
Quer saber? Exploda-se! Multiplique-se em mil pedacinhos, estraçalhe-se, divida-se e, recomponha-se, arranje outro jeito de estar aqui, sente-se do lado oposto, ouça uma nova canção, reinvente-se para encher-se de outras certezas e, quando não couber mais andar com elas... saiba – é tempo de uma nova explosão. Corte os cabelos, jogue-os para o outro lado, tome o ônibus errado de propósito, diga que hoje NÃO ou diga que hoje SIM.
Derive-se.
Crie-se.
Conjugue-se.
Exploda. Ouço o barulho ao redor. Está tudo a explodir a todo instante: o casulo, os raios de sol, a eletricidade, as águas e também o meu coração.
Palavras explodem no papel como o leite que derramado no meio da noite. Palavras me obrigam a levantar na/da escuridão. Palavras me obrigam a levantar no/do silêncio.
Pronto. Explodi minha parte que me coube hoje, até agora. Quem sabe não chegou a sua vez de?

Comentários

  1. É tão gostoso explodir!!!
    Que sensacional explosão de poesia tua!!!

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    Respostas
    1. Bom, né? Uma explosãozinha de vez em quando não faz mal a ninguém... Obrigada pelo elogio!

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  2. Que maravilha Sibéria, eu explodi lendo isso, ploctttt!!!

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  3. Pou, pou, pou, pou!!!!
    E tu sabes bem o quanto eu ando explodindo, né?
    Amei o texto, moça explosiva.

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