Provoca duas dores:
Uma quando atinge a carne,
Outra quando retirada dela
No intervalo das duas dores
Há o silêncio daquilo que sangra
Feito de agonia e medo
Para sobreviver
É necessário retirar a flecha
Mesmo que doa
Mesmo que sangre
Mesmo que isso não seja garantia de vida
Destaca a flecha
Mune-te de coragem
Atende ao instinto de viver
Retira a flecha
Que te paralisa
Que te sufoca
Que te faz temer os seus próprios movimentos
Livra-te da agonia de viver entre quase-vivo e quase-morto
Retira a flecha
Cravada desde tanto tempo contra ti
Não seja o corpo da flecha
Não seja o corpo onde mora a flecha
Seja teu próprio corpo
Sem flecha
Sem a dor do medo
Coragem!
Retira a flecha (CORPO ALVEJADO. Sibéria de Menezes)
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