Parte da infância que trago comigo
Desperta quando entro numa papelaria
Porque preciso de papéis e lápis de todas as cores
Para desenhar todos os sonhos que ainda tenho
Preciso de envelopes para finalmente postar as cartas que tenho escrito há tantos anos
E os clipes que juntarão os papéis avulsos nos quais escrevo pretensa poesia
Cruzo a porta da papelaria para encontrar a criança que já fui um dia
E perguntar-lhe se tenho agido com alegria bastante para um adulto
E conversar com esta criança sobre a evolução das fitas k-7 e dos desenhos animados que ainda costumo ver
Entro na papelaria para socorrer a criança que há em mim
E pedir-lhe gentilmente que jamais me deixe.
(Sibéria de Menezes Carvalho)
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