O tempo corre lenta e repentinamente
Dobrando-nos a pele em rugas irreparáveis.
Segredo dos vivos, assim, gota a gota se esvai, inexoravelmente.
Nosso companheiro e algoz – a dar-nos além da flacidez, os filhos; além da inocência, as palavras.
Tempo, ó deus dos deuses,
que testemunhas nossa irrisória passagem neste espaço-tempo; que a nenhum mortal curva-se em deleite ou piedade.
Tempo que dá feitio de homem e mulher às crianças e por todos nós passa ilesamente o mesmo.
Tempo que testemunhou a passagem da Antiga Roma e Atenas, de Sócrates e Platão, e que testemunhará outros, muitos outros que também virão.
Tempo justo, de minuto a minuto corre para nós o mesmo igual de partes e eras.
Tempo, eis-me aqui, com minhas veias encharcadas de ti! Eis-me aqui, testemunha da passagem das horas, as mesmas que destes a Villa-Lobos e a Lennon – 24 horas, segundo a segundo, mergulhada em ti.
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