Um grito para dentro vale a paz?
Sua guerra vale a minha paz?
Dou um choro calado, velado, contido por um punhado
de paz.
Minha agonia pela paz.
Um “por que me abandonaste?” pela paz.
De que vale a minha paz se há em mim a guerra, a dor
e o sangue a ferver em cólera?
Troco minha guerra pela sua paz?
Dê-me a paz, não promessas, nem mentiras.
Minha angústia por um quilate de paz.
Meu riso para plantar a paz, de que me vale?
Alguém me dê a paz ou me venda ou troque numa
poesia,
que
é o que tenho e posso trocar, ou dar, ou vender.
Vamos negociar? Uma poesia por um pouco de paz.
Mas... de que vale a poesia?
Umas palavras tolas por um naco de paz.
Num dia possível, quem me ouve, me dê a paz de dias
possíveis e belos!
Troco meu nome de poeta pela paz.
(Sibéria de Menezes)
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