O texto abaixo é um trecho de uma carta que fiz ao meu filho Ulisses (5 anos) Ser mãe é sentir saudade de um tempo que sequer passou. É ficar imaginando você e Marina adultos e saber que criaremos e manteremos muitos cordões pela vida agora - nossos olhares, sorrisos, dizeres, silêncios, abraços, beijinhos... Somos tão agarrados e sei que sua infância correrá tão logo, que não consigo me irritar com a bagunça deixada pelos seus brinquedos no quarto, ou mesmo em cima da minha própria cama. A distância entre nós já foi tão pequena, que você morava na minha barriga (como sua irmã Marina agora), depois, o cordão umbilical, depois o corpo durinho que já sentava e, por isso, já não se entregava completamente ao meu colo... depois engatinhou e nossa distância era o próximo cômodo da casa - ainda assim: "-Mamãe, vem achar Ulisses!"... e, putz! - Caminhou e agora somos atados pelas mãos - nosso segundo cordão umbilical. Os cachinhos negros, assim como o rostinho redondo e bochechudo d...