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Mostrando postagens de agosto, 2010

Chorar

VOCÊ SE LEMBRA DA ÚLTIMA VEZ QUE CHOROU? Sibéria A adolescência é o fim da inocência e o começo de todas as vergonhas. Amizade adolescente é uma das mais intensas. Tudo é mais intenso. Você, por um lado, foge da pagação de mico de andar com os pais, mas paga o maior king Kong chorando por uma amizade que já não é mais a mesma. Aquela amiga ou aquele amigo não estão mais falando com você a toda hora. Isso dói muito e parece que nunca mais vai passar. Você chora, manda recados por colegas, faz greve de fome, cartinhas... e nada parece trazê-lo(la) de volta, demovê-lo(la) da ideia de não ser mais seu amigo(a). É assim, hoje me lembrei disso. Com o passar dos anos, vamos sendo tomados por um cinismo tão cru e tão forte, que até parece que nascemos assim. Não choramos mais por causa dos amigos que resolvem não mais sê-lo. E, se fazemos isso, mesmo na escuridão do quarto, morremos de vergonha. Na sentença “sou mais eu”, o paradoxo de saber, que naquele tempo, onde o eu não encontrava nenhum

Uma Palavra Chico Buarque

Palavra prima Uma palavra só, a crua palavra Que quer dizer Tudo Anterior ao entendimento, palavra Palavra viva Palavra com temperatura, palavra Que se produz Muda Feita de luz mais que de vento, palavra Palavra dócil Palavra d'agua pra qualquer moldura Que se acomoda em balde, em verso, em mágoa Qualquer feição de se manter palavra Palavra minha Matéria, minha criatura, palavra Que me conduz Mudo E que me escreve desatento, palavra Talvez à noite Quase-palavra que um de nós murmura Que ela mistura as letras que eu invento Outras pronúncias do prazer, palavra Palavra boa Não de fazer literatura, palavra Mas de habitar Fundo O coração do pensamento, palavra